Convidad@s especiais do 4º Encontro Nacional pela Justiça Climática

Daiara Tukano

na Sessão Especial: Clima, Justiça Social e Direitos Humanos (dia 15 de Março, 21h30)

daiaraDaiara Tukano, do povo Tukano do Alto Rio Negro, é activista indígena e artista plástica, mestre em direitos humanos pela Universidade de Brasília, pesquisadora do direito à memória e verdade dos povos indígenas; comunicadora independente e coordenadora da Rádio Yandê, primeira web-rádio indígena do Brasil. Daiara acredita que o activismo é um exercício pela consciência para a integração com a natureza, para que possamos trabalhar juntos a cultivar uma sociedade mais justa e respeitosa das diversidades, honrando a dignidade de todos os seres vivos.

Daiara iniciará em Lisboa uma tournée por várias cidades europeias, organizada pela Coordenação Justiça Climática Social/Suíça e com apoio do Coletivo Memória, Verdade e Justiça Rhône Alpes / França.

Daniela Subtil

na sessão Clima em Movimento: mobilizações globais (dia 16 de Março, 17h30)

Daniela iniciou-se no activismo pela justiça climática com o Climáximo em 2015. A viver na Alemanha desde 2017, tem participado nas acções de desobediência civil contra a mineração de lignite na Renânia (Alemanha) e desde há um ano integra o grupo de trabalho internacional do Ende Gelände. O movimento Ende Gelände faz parte da campanha By 2020 We Rise Up e está a organizar uma acção em Junho de 2019.

Javier Andaluz

na sessão Clima em Movimento: mobilizações globais (dia 16 de Março, 17h30)

javier

Javier é licenciado em Ciências Ambientais pela Universidade de Salamanca e especialista em Direitos Humanos. É actualmente responsável da área de alterações climáticas nos Ecologistas en Acción de Espanha, e faz parte da organização da By 2020 We Rise Up na península ibérica.


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VÍDEO: Climáximo foi à Ende Gelände

O Climáximo foi a Bona na véspera da inauguração da Cimeira do Clima, COP-23. Juntámo-nos à Ende Gelände numa acção para encerrar a mina de carvão de Hambach, a 50km de Bona, uma das maiores minas de carvão (lenhite) do mundo.

Fim da Linha – Ende Gelände (novembro de 2017) from Climaximo on Vimeo.

 

Ativismo: é melhor do que falecer – Sinan Eden

§0. Quando falamos sobre alterações climáticas, muitas pessoas me perguntam: “Mas o que posso eu fazer no dia-a-dia?” A minha resposta é: torna-te um/a ativista polític@ no teu dia-a-dia. Organiza ação coletiva contra os criminosos do clima. Isto não só é mais divertido, mas também muito mais eficaz. E quando digo mais eficaz, quero dizer muuuuuuuuuuuito mais eficaz.

§1. As emissões de gases com efeito de estufa em Portugal são 7 toneladas per capita por ano. Ou seja, uma pessoa média em Portugal emite o equivalente a 7 toneladas de CO2 durante um ano.* Ora, os níveis sustentáveis que temos de atingir mundialmente são 2 toneladas per capita por ano.

Vamos ver então as nossas opções.

A) Podes consumir menos.

§2. Se calhar és um franciscano ecológico. Assim i) partilhas a tua casa com mais três pessoas, ii) nunca usas aquecimento, iii) usas eletricidade só para as necessidades básicas, iv) nunca viajas entre cidades, v) usas só transportes públicos e isso também só para ir ao trabalho, vi) nunca comes carne, vii) compras só alimentos locais, viii) nunca compras roupa, ix) evitas produtos com embalagens, e x) nunca vais ao cinema ou ao teatro.

bosch-hellEntão as tuas emissões são 3.4 toneladas por ano. **

§3. Vejamos. Produzes 7 toneladas de emissões. Tens de chegar a 2 toneladas. Mas se fizeres tudo tudo tudo o que podes fazer no teu dia-a-dia, nem sequer consegues descer até às 3 toneladas.

Isto porque vivemos num sistema socioeconómico em que as nossas escolhas como consumidores/as são predefinidas pela linha de produção.

§4. Então, austeridade ecológica não resultou.

B) Podes suicidar-te.

§5. Assim reduzirias as tuas emissões a zero.

§6. Mas as emissões do mundo continuariam. Portanto, se te suicidasses e te encontrasses com @(s) teu/tua(s) deus(e/as) ecológic@(s), ele/a(s) mandar-te-iam para o inferno ecológico (para seres queimado/a como biocombustível com zero emissões líquidas, para aquecer o paraíso ecológico) porque poderias ter convencido outras pessoas a suicidarem-se contigo e não o fizeste.

Portugal tem de cortar as suas emissões nacionais em 60-70% em 15 anos. Isto quer dizer que terias de convencer mais de metade de população a suicidar-se, e terias 15 anos para fazer isto.

§7. Na verdade, os países desenvolvidos como Portugal têm já um longo passado de emissões de gases com efeito de estufa, e estes têm vindo já a causar catástrofes noutros países, nomeadamente no Sul Global. Por isso, para uma distribuição justa das responsabilidades históricas, Portugal deveria cortar também as emissões de outros países, para além das suas emissões nacionais. (Por outras palavras, devemos cortar 60-70% das emissões nacionais. Depois, devemos cortar, em outros países, emissões equivalentes a 40-50% das nossas emissões.)

Ou seja, as emissões de um/a habitante de Portugal devem tornar-se negativas em 15 anos, algo que não podes atingir ao morrer. E nem seria suficiente matares outros/as portugueses/as. Terias de matar estrangeiro/as também, e especialmente crianças.

§8. Bolas! Se a única solução individual para um planeta habitável é matar pessoas em massa, porquê fazê-lo? Combatemos as alterações climáticas exatamente para isto não acontecer. Será que existe outra solução?

C) Podes participar em ativismo climático.

§9. Em maio de 2016, dentro da quinzena de ação global “Liberta-te dos combustíveis fósseis”, mais de 30 mil ativistas em 6 continentes participarem em 20 ações de desobediência civil em massa em sítios-chave, bloqueando minas, portos, centrais a carvão, zonas de fracking e mais.

§10. Na Lusitânia, Alemanha, ocorreu a ação Ende Gelände. 3500 ativistas ocuparam a maior mina de carvão na Europa durante uns dias, fisicamente bloqueando 24 547 toneladas de emissões de dióxido carbono.

Isto perfaz 7 toneladas por pessoa.

§11. Então, podes passar três dias do teu ano a participar numa ação direta contra a indústria dos combustíveis fósseis. E se és uma pessoa média e se participaste na Ende Gelände nesse ano, as tuas emissões anuais foram: ZERO!

E se prestaste um pouco de atenção às escolhas do teu estilo de vida, se calhar até tiveste emissões negativas!

§12. Claro que se curtiste estar do lado certo da história, se os sentimentos de solidariedade, unidade e justiça te fizeram mais feliz, então podes fazer mais do que uma ação por ano – se calhar menos confrontativa.

O que tudo isto significa

§13. Como é óbvio, o objetivo destas contas não é desvalorizar os esforços envolvidos na organização, preparação e divulgação duma ação deste género. Muitos autocarros foram organizados a partir de dezenas de cidades europeias. Houve treinos de ação. Houve um acampamento. Houve enorme trabalho para montar equipas médicas e apoio legal. Podes ajudar em cada uma destas tarefas e assim seremos mais fortes da próxima vez. Uma ação direta de 3 dias não acontece espontaneamente, ela precisa de trabalho de preparação que demora meses.

§14. O objetivo também não é sobrevalorizar as ações só por si. A quinzena “Liberta-te / Break Free” foi parte das campanhas locais já existentes e serviu para aeg3limentar estas lutas, que noutros momentos usam táticas diversas para parar estes projetos poluentes, como comunicação direta, sessões de esclarecimento, ações criativas e manifestações. Podes ajudar em tudo isto, e quem sabe, se calhar um dia destes uma campanha diversificada fa uma das maiores empresas privadas de carvão falhar. Espera, mas isto já aconteceu em abril de 2016! Em qualquer caso, as maiores empresas do mundo continuam a ser os maiores poluidores e temos um caminho longo pela frente.

§15. Para além disso, a justiça climática não pode ser reduzida às emissões. Justiça climática tem também a ver com pobreza energética, racismo, habitação, captura do poder pelas empresas via tratados de comércio livre, e – se calhar o mais importante – com paz. Tenho a certeza de que podes encontrar a área que mais te toca e envolver-te em ativismo nesta área. Todas estas lutas são lutas pela justiça climática.

§16. Finalmente, a luta entre as narrativas individuais e narrativas coletivas é uma luta ideológica.

Os neoliberais querem isolar-nos, querem tornar-nos meros “consumidores” atomizados, querem reduzir o nosso poder e a nossa capacidade financeira.Tokelau-canoe-launched-pacific

3500 pessoas separadas e isoladas não poderiam parar mina alguma. Juntas e organizadas, conseguiram fazê-lo. E é certamente este o pesadelo das elites económicas.

§17. As escolhas individuais consistentes com o mundo que queremos construir são eticamente relevantes, mas não são politicamente eficazes. Os números dizem-nos que, se queremos evitar um colapso civilizacional, temos de rapidamente nos organizar e mobilizar.

Junta-te à luta, ajuda nas campanhas existentes, traz novas ideias, faz parte desta oportunidade histórica para mudar tudo, antes que o clima o faça.

***

Notas:

* Emitimos também metano, etc., por isso usamos a unidade CO2e, que é “equivalente de CO2”. Ou seja, nestas contas, todos os gases com efeito de estufa estão incluídos.

** Existem várias formas de calcular a tua pegada de carbono. Usei os números daqui porque chegam a um valor pequeno: http://www.carbonindependent.org/ . Depois, há também este calculador http://www.carbonfootprint.com/ e este outro: http://footprint.wwf.org.uk/home/calculator_complete . O último é só para o Reino Unido, e o resultado da mesma conta seria 6.7 toneladas. Ou seja, um franciscano ecológico inglês conseguiria chegar aos valores médios dum/a habitante normal de Portugal.

§18. Depois destas minhas contas, o Luís Fazendeiro fez outras contas para uma outra formação do Climáximo:

  • Ele assume que a média de emissões per capita em Portugal são 6 toneladas de CO2e por ano. (Na verdade, são 6.6 mas alguns anos são ligeiramente melhores e outros ligeiramente piores.)

  • Ele considera 1000 pessoas, ou seja todas as pessoas que nós podemos influenciar diretamente. Estas pessoas vivem uma média de 80 anos. Assim, emitem uma média de 480 mil toneladas de CO2e em toda a sua vida.

  • Ora, o Luís diz que se elas vivessem um estilo de vida “espartano”, eventualmente poderiam chegar a 1-2 toneladas de CO2e por ano. Isto quer dizer que com um estilo de vida “espartano” estas 1000 pessoas poderiam poupar um total de 400 mil toneladas de emissões em 80 anos. (Eu não vi os cálculos para chegar a este valor, mas confio nas contas dele. Imagino que ele assume uma pessoa desempregada que vive numa aldeia com os seus pais. Na cidade e com emprego, penso ser impossível chegar a estes valores.)

  • Contudo, a central termoelétrica de Sines emite ~6 milhões de toneladas de CO2e num só ano.

  • A conclusão do Luís é que se estas mil pessoas lutassem durante 80 anos com convicção e a única vitória delas fosse conseguirem fechar a central de Sines um ano antes do plano do governo, isto seria uma luta 15 vezes mais eficaz.

Ende Gelände / Fim da Linha

Climáximo foi a Bona, onde teve lugar a COP-23. Mas nós não fomos à cimeira, fomos à mina de carvão na Renânia, numa ação massiva de desobediência civil “Ende Gelände / Fim da Linha”. Ao mesmo tempo, outros ativistas em Lisboa fizeram uma ação contra a EDP: “O carvão pertence aos museus”. Participámos também na cimeira alternativa em Bona, People’s Climate Summit, e apresentamos a campanha Empregos para o Clima.

Ende Gelände – preparações from Climaximo on Vimeo.

 

COMUNICADO | “O carvão pertence aos museus” é a mensagem dos ativistas que demarcam linhas vermelhas para um planeta habitável em frente ao Museu da Eletricidade

Ativistas em Lisboa em solidariedade com a ação de desobediência civil contra o carvão “Ende Gelände” na Alemanha

5 de novembro, 16h30

“O carvão pertence aos museus” from Climaximo on Vimeo.

Enquanto milhares de pessoas de toda a Europa ocupam uma das maiores minas de carvão da Alemanha no ato massivo de desobediência civil “Ende Gelände” (Fim da Linha), ativistas do Climáximo vão ao Museu da Eletricidade lembrar que, ao mesmo tempo que nos abre as portas do seu lindo museu, a EDP está a destruir o nosso planeta.

Alguns elementos do Climáximo estão em Bona, onde amanhã começa a 23ª Cimeira do Clima da ONU (COP-23), para participar na ação “Ende Gelände” pela paragem imediata da extração de carvão, que está a causar alterações climáticas catastróficas.

Ao mesmo tempo, ativistas do Climáximo estiveram hoje em frente ao Museu da Eletricidade em solidariedade com a Ende Gelände, para lembrar que a central termoelétrica de Sines da EDP é, sozinha, responsável por 13,5% das emissões de CO2 em Portugal.

“Os incêndios e secas deste verão são só um exemplo: somos dos países europeus mais vulneráveis às alterações climáticas. As Linhas Vermelhas que trazemos ao Museu de Eletricidade lembram os limites para um planeta habitável: uma subida de 2ºC nas temperaturas globais é o ponto de não retorno para as catástrofes climáticas”, diz João Costa, um dos ativistas que participa na ação em Lisboa.

Já em Bona, a ativista Ana Matos comenta que “Depois de vinte e três cimeiras internacionais, as emissões de gases de efeito de estufa continuam a aumentar. Não serão os empresários nem os governos – seremos nós a conseguir o fim dum paradigma energético baseado em combustíveis fósseis.”

O panfleto distribuído na ação em Lisboa acrescenta que “a central de Sines tem de fechar, numa transição justa que não prejudique os trabalhadores e comunidades que ainda dependem dela.”

Notícias do fim da linha

Feedback da Ende Gelände e da COP-23

Os políticos estão a negociar há 23 anos, mas as emissões continuam a aumentar. A Europa apresenta-se como líder da acção climática enquanto continua extrair carvão e a construir novas infraestruturas de gás natural.

Antes da COP-23 em Bona, entre 3 e 5 de novembro, vamos mostrar onde é que se devem combater as alterações climáticas e como. Vamos à mina de carvão da Renânia (entre Colónia, Bona e Aachen), a empresa com mais emissões de CO2 na Europa, e vamos ocupa-la.

Haverá uma cimeira alternativa (People’s Climate Summit) nos dias 6 e 7 de novembro, em que vamos participar também.

O Climáximo vai mobilizar, pela primeira vez, um grupo de ativistas portugueses para a Ende Gelände, que irá comunicar os desenvolvimentos da ação em tempo real.

Depois de voltar, organizamos este evento para dar feedback e para conversarmos sobre o que podemos fazer cá.


10 de novembro, 21h00

Mob (Rua dos Anjos 12F)


Mais informações sobre Ende Gelände, aqui.

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Comunicado | Ativistas vão encerrar mina de carvão antes da COP-23

“Ende Gelände” convoca desobediência civil contra políticas climáticas desastrosas

O Climáximo vai participar na ação massiva de desobediência civil entre 3 e 5 de novembro pela qual ativistas do clima vão encerrar temporariamente uma mina de carvão a céu aberto. A aliança para a ação “Ende Gelände” exige a paragem imediata da extração de carvão, por uma questão de justiça climática. Ela critica o governo alemão por provocar alterações climáticas desastrosas pela mineração excessiva de lignite.

O Climáximo apoia, convoca e participa nesta ação, e relembra que o carvão é responsável por quase 20% das emissões de gases de efeito de estufa em Portugal, principalmente provenientes das centrais termoelétricas de Sines e do Pego. Os últimos governos (incluindo o presente) não definiram um plano de transição justa para encerramento destas centrais (sem prejudicar os trabalhadores e comunidades que neste momento dependem desta indústria); em vez disso, subsidiaram a EDP e facilitaram a permanência em Portugal de empresas poluentes.

A ação “Ende Gelände” vai ter lugar na mina de carvão da Renânia, a apenas 50 km de Bona, onde irá decorrer a 23ª Cimeira do Clima da ONU (COP-23), presidida pelas Ilhas Fiji, entre 6 e 17 de novembro.

A Alemanha finge ser um líder em políticas climáticas, mas a sua indústria está de facto dominada pelo carvão” comenta Insa Vries, porta-voz da Ende Gelände. “Logo antes da cimeira do clima, vamos abordar este ponto sensível. Toda a conversa sobre a mitigação é uma hipocrisia – se não deixarmos os combustíveis fósseis no solo – agora!”

Ao mesmo tempo, um grupo de habitantes de ilhas do Pacífico chamado “Pacific Climate Warriors” irão realizar uma cerimónia tradicional em solidariedade com a ação. Sob o lema “não estamos a afogar-nos, estamos a lutar” os Pacific Climate Warriors exigem o fim dos combustíveis fósseis para manter as suas ilhas acima do nível das águas.

Os nossos políticos estão a falhar-nos, por isso vamos nós próprios encerrar essas minas sujas.” diz Janna Aljets, porta-voz de imprensa da Ende Gelände. “Vamos levantar-nos em solidariedade com os povos do Pacífico – e de todo o mundo – cujas vidas estão a ser destruídas pela indústria dos combustíveis fósseis” declara, sublinhando os impactos devastadores das alterações climáticas que estes povos já estão a sofrer, tais como condições meteorológicas extremas, subida do nível do mar e secas crónicas.

A aliança Ende Gelände já organizou no passado ações de desobediência civil bem-sucedidas, como em agosto de 2017, em que milhares de ativistas bloquearam as linhas de fornecimento da maior central de carvão (Neurath) na Alemanha.

O Climáximo vai mobilizar, pela primeira vez, um grupo de ativistas portugueses para a Ende Gelände, que irá comunicar os desenvolvimentos da ação em tempo real.

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Mais informações, aqui.

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O Climáximo vai à Ende Gelände! Perguntas

O que é Ende Gelände? Quando e o que vai acontecer? A ação não é perigosa? Posso ir com o Climáximo? O que pretendem fazer como Climáximo? O que mais vai acontecer em Bona? Não posso ir a Bona, o que posso fazer?

O que é Ende Gelände?

Ende Gelände significa “fim do caminho” em alemão (em inglês: here and no further). É o nome da ação direta contra a indústria de combustíveis fósseis, organizada pelo coletivo com o mesmo nome. Pela quarta vez, milhares de pessoas da toda a Europa vão ocupar uma das maiores minas de carvão num ato massivo de desobediência civil.

Os ativistas vão pôr os seus corpos na linha de frente para dizer “fim do caminho” ao business as usual do capitalismo, e vão mostrar onde é que se devem combater as alterações climáticas e como.

Mais informação: https://www.ende-gelaende.org

Quando e o que vai acontecer?

Durante a cimeira do clima da ONU, COP-23, que vai ter lugar em Bona, vamos à mina de carvão da Renânia (entre Colónia, Bona e Aachen), a empresa com mais emissões de CO2 na Europa.

A ação está marcada para dias 3, 4 e 5 de novembro. É importante chegares à Bona não mais tarde do que dia 3, para conseguires participar no action briefing e nos treinos e preparações.

No centro de Bona vai haver uma tenda enorme, em que podes encontrar toda a informação que podes precisar para te orientares.

Mais informação: http://climate-protest-bonn.org/en/events/ende-gelande/

A ação não é perigoso?

Desobediência civil pode ser perigoso se não for bem preparado e bem gerido. Por isso, é mesmo importante chegares com antecedência e participares nas formações.

No entanto, nada é mais perigoso que continuar com o business as usual para chegarmos a uma crise climática irreversível em poucas décadas.

Posso ir com o Climáximo?

Sim e não.

Infelizmente não temos nenhum fundo para apoiar as viagens dos ativistas, por isso fica à tua decisão se consegues ir até Bona. (Podes encontrar alojamento solidário aqui: Accommodation | Climate Protest Bonn )

Por exemplo, se és emigrante e vives perto, pode ser mais fácil chegares lá. Se conseguires aparecer lá, podes juntar-te ao nosso grupo de afinidade (falar a tua língua materna pode facilitar bastante durante uma ação). Vamos ter uma pequena equipa entre 3 e 8 de novembro.

Contacta-nos: https://climaximo.wordpress.com/sobre/contactos/

O que pretendem fazer como Climáximo?

Não vamos a Bona como “turismo político”, mas sim planeando a capacitação da luta pela justiça climática em Portugal.

Chegando lá, queremos enviar comunicados e relatos da ação, e preparar pequenos vídeos e entrevistas.

Depois de voltar, queremos organizar um evento para dar feedback e para conversarmos sobre o que podemos fazer cá.

Finalmente, os ativistas que participam no maior ato de desobediência civil pelo clima vão naturalmente trazer as suas experiências da ação direta, de que podemos beneficiar coletivamente.

Podes seguir as novidades em http://www.climaximo.pt

O que mais vai acontecer em Bona?

A COP-23 em si vai ter lugar entre 6 e 17 de novembro, mas os políticos não prometem muita coisa há bastante tempo. Do nosso lado, vão haver marchas, debates e workshops.

Podes seguir todas as iniciativas aqui: http://climate-protest-bonn.org/en/

Não posso ir a Bona. O que posso fazer?

Em primeiro lugar, podes assinar a declaração dos Guerreiros do Clima do Pacífico sobre alterações climáticas: https://pt.haveyoursei.org/

Se querias fazer uma ação, fica atento ao nosso blogue. Ainda estamos a avaliar se temos capacidade para marcar uma ação em Portugal.

Finalmente, podes também ajudar-nos a divulgar o que está a acontecer no Ende Gelände. Fica atento ao nosso Facebook: https://www.facebook.com/climaximolisboa

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O Climáximo vai à Ende Gelände!

Os políticos estão a negociar há 23 anos, mas as emissões continuam a aumentar. A Europa apresenta-se como líder da acção climática enquanto continua extrair carvão e a construir novas infraestruturas de gás natural.

Durante a COP-23 em Bona, vamos mostrar onde é que se devem combater as alterações climáticas e como. Temos que agir agora para conseguir limitar o aquecimento global a 1.5°C até 2100, um limite urgente para as populações no Sul Global e decisivo para todo planeta. As ações de desobediência civil são essenciais. Temos que parar a indústria de combustíveis fósseis já!

O Climáximo vai estar em Bona para dizer Ende Gelände (fim do caminho/ fim do carvão). Se queres juntar-te ao nosso grupo para a ação, contacta-nos por email: climaximo [-arroba-] riseup [-ponto-] net .

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Perguntas

O que é Ende Gelände? Quando e o que vai acontecer? A ação não é perigosa? Posso ir com o Climáximo? O que pretendem fazer como Climáximo? O que mais vai acontecer em Bona? Não posso ir a Bona, o que posso fazer?

Respostas aqui. 🙂

Comunicado | Ativistas vão encerrar mina de carvão antes da COP-23

“Ende Gelände” convoca desobediência civil contra políticas climáticas desastrosas.

Ler o Comunicado aqui.

10 de novembro – Notícias do fim da linha: Feedback da Ende Gelände e da COP-23

Depois de voltar da Ende Gelände, organizamos este evento para dar feedback e para conversarmos sobre o que podemos fazer cá. Mais informação, aqui.

Reunião Estratégica das Lutas pela Justiça Climática na Europa: um pequeno feedback

No fim de semana passado, 45 ativistas de 15 países europeus juntaram-se em Bruxelas numa reunião estratégica convocada pela 350. Falámos sobre “iconic fights” (lutas inspiradoras contra as infraestruturas de combustíveis fósseis, como a luta contra exploração de petróleo e gás em Portugal), campanhas distribuídas (campanhas que mobilizam as pessoas que não vivem nas linhas de frente e quando não houver uma dinâmica internacional como marchas pelo clima – por exemplo a campanha Empregos para o Clima), e sobre como pôr justiça no centro das nossas lutas.IMG_9031

Particularmente interessante foi a luta anti-fracking no Reino Unido, que tem uns 250 grupos locais(!). Recentemente fizeram ações diretas durante um mês inteiro: cada dia um outro grupo bloqueou um sítio diferente onde existe um (/potencial) furo de fratura hidráulica. Em breve teremos alguns ativistas a visitar-nos cá em Portugal e partilhar as suas experiências.

Também esteve presente o Ende Gelände, o coletivo alemão que organiza ações de desobediência civil com milhares de pessoas, em que ocupam uma mina de carvão simbólica. A próxima ação vai ser durante a COP-23 em Bona, e o Climáximo vai estar lá.

Camaradas da Itália apresentaram a luta popular contra o gasoduto TAP (Trans-Adriatic Pipeline, a última parte dum gasoduto entre Azerbaijão e Itália), e ouvimos também sobre o MidCat na Catalunha. As novas infraestruturas de gás natural é um assunto pouco discutido em Portugal, apesar dos planos de construção de 160 km de gasodutos entre Guarda e Bragança.IMG_9033

Finalmente, as conversas sobre justiça fizeram-nos pensar sobre inclusão. Vamos brevemente experimentar algumas ferramentas que podiam potencialmente ajudar a participação política das pessoas que não conseguem ir às nossas reuniões semanais.

Aproveitamos para convidar toda a gente preocupada com as alterações climáticas às nossas reuniões, terças-feiras às 19h30 no CIDAC.